Thursday, June 15, 2006

Quarta Feira

Ouvi dizer, por essas ruas já não andas mais
Aos nossos bares de costume, tu já não vais
Do nosso grande amor
só restou mesmo essa desilusão.

E aprendi, que dessa vida só se leva a dor
de samba-enredo e alegria só vive o fiel (cantor)
É Quarta-Feira todo dia
na passarela do meu Carnaval

Me diz agora, o que é que eu faço pra te esquecer
Por onde começo a me reencontrar
Se a cada passo eu volto a cair
Se são nos teus braços que eu quero domir
Me diz agora, já não voltas mais.

Andei, de bar em bar a te buscar em qualquer uma
Me encontrei apenas com outra paisagem nua
A decorar minha cama
com sua beleza e sua solidão

E entendi, da despedida só se leva o adeus
de esperança e poesia vive o sonhador
Foi Quarta-Feira, eu bem me lembro
A apoteose deste nosso amor

Me diz agora, o que é que eu faço pra te esquecer
Por onde começo a me reencontrar
Se a cada passo eu volto a cair
Se são nos teus braços que eu quero domir
Me diz agora, “Já não volto mais.”


Amei, a quem quer que fosse a abrir-me os braços
E desabei exausto logo após o gozo
E chorei em luto a minha alma morta
E procurei sem jeito pelos meus sapatos
E me vesti com pressa todo envergonhado
E a bejei na testa só por gentileza
E caminhei aflito em direção a porta
E lhe fitei calado a procurar respostas


Grecco Buratto
26 de Outubro de 2004

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