Thursday, June 15, 2006

A Queima Roupa

Se é pra ser assim
Se esse é mesmo o fim
Então que seja violento
pra que não restem dúvidas de que tudo acabou.

Se esse é o final da estória
O tiro de misericórdia
Que seja rápido e certeiro
e não deixe vestígios dessa dor que aqui ficou

Mas amor,
Amor não morre à queima-roupa
Amor não morre, agoniza. Pouco a pouco. A cada esquina.
Amor
Amor não morre à queima-roupa
Amor não morre, se desbota. Prisioneiro da rotina

Se é pra acabar de fato
Se esse é mesmo o último ato
Então que seja incendiário
pra que não restem mais que as cinzas de tudo que se deixou

Se esse é o final da linha
O início da overdose
Que seja feroz e implacável
e não deixe lembranças de quem hoje eu ainda sou


Mas amor,
Amor não morre à queima-roupa
Amor não morre, agoniza. Prisioneiro da rotina
Amor
Amor não morre à queima-roupa
Amor é pego de surpresa. Morre de bala perdida


Amor,
Amor não morre à queima-roupa
Amor não morre, agoniza. Pouco a pouco. Dia a dia.
Amor
Amor não morre à queima-roupa
Amor não morre em um instante. Morre de hemorragia

Morre no canto do olho.Amor morre nas entre-linhas


Grecco Buratto
1º de Dezembro de 2004

2 Comments:

Blogger Cadu Corrêa said...

Muito bom, cara. Parabéns!
Como se não bastasse as músicas. Ainda há poesia!
Abraço

6:34 AM  
Blogger Katia Moraes said...

Amor não morre, se desbota. Prisioneiro da rotina

é, moço...
por mim, eu vivo de utopia.
dói lidar com rotina.

K : )

7:08 PM  

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